O luto

     Como todo ser vivo o ser humano é movido pelo instinto de sobrevivência, uma força natural que nos conduz a preservar a vida acima de tudo, muitas vezes com atitudes egoístas que colocam a vida individual em prevalência a vida dos outros, essa busca constante cria muitas vezes o que podemos chamar de zona de segurança, um local ou situação que nos tranquilize, nos proteja, que traga alguma paz e segurança diante das muitas ameaças reais ou imaginárias que tanto nos causam medo, apesar da semelhança com a zona de conforto, que é um lugar ou situação acolhedora e cômoda da qual muitas vezes resistimos para não sair, a zona de segurança não tem nada de confortável, é como um abrigo anti bombas ou anti furacões, um lugar escuro, úmido, desagradável, no qual sabemos que estamos protegidos, mas não vemos a hora de poder sair, a única coisa que nos mantém do lado de dentro é o medo, por isso precisamos entender que quanto mais tempo passarmos nessa situação, mais difícil pode ser para conseguirmos sair, primeiro esquecemos onde deixamos as chaves, mas tarde esquecemos onde fica a porta pela qual entramos, em um determinado momento esquecemos até os motivos que nos levaram até esse refugio, mas o motivo não importa, não podemos deixar que os fantasmas do passado, dos acontecimentos desagradáveis, nos impeçam se sair dessa situação, precisamos entender que temos apenas uma vida e não importa o que tenha acontecido, o nosso lugar é do lado de fora, sentindo o calor do sol, o vento no rosto, correndo riscos, mas comemorando vitórias, pois não basta sobreviver é preciso viver.

• O luto

Alexandre Candido Salazar - PARAPSICÓLOGO CLÍNICO