Tudo que não dei
Às vezes não fácil lidar com tudo aquilo que deixou de acontecer em nossas vidas, com tudo que deixamos de dar a quem é importante para nós, com tudo que não conseguimos ser nessa breve existência, as possibilidades são infinitas, mas o tempo disponível para escrevermos a nossa história e marcar as muitas outras que compartilham desse período conosco é contado, ele flutua um pouco para mais e para menos, de acordo com nossas escolhas e suas consequências, mas será sempre um breve parênteses na infinita linha do tempo, podemos lamentar por aquilo que não aconteceu, mas a verdade é que não sabemos o que o futuro nos reserva, pode ser que ainda vá acontecer, ou por uma graça que não entendemos, fomos livres das consequências indesejadas desse aparente presente, podemos sentir o peso do fardo da impossibilidade de dar aos que amamos os sorrisos que tanto nos fazem bem, mas precisamos entender que os mais duradouros sorrisos que podemos ver, são aqueles que inspiramos as pessoas a conseguirem por suas próprias forças, no desenvolver de suas capacidades, no despertar de uma vida vivida no agora e não no incerto depois, podemos até não ter sido aquilo que desejávamos, mas não podemos desperdiçar a vida que ganhamos pensando nisso, lamentar não faz as coisas acontecerem, desistir muito menos, pode ser que o destino almejado esteja longe e o tempo disponível seja curto, mas não importa, o importante é deixar de viver com os olhos na chegada, pois a vida é feita de percursos, não existem garantias de nada, apenas momentos que se revelam um após o outro, por isso aproveite cada instante, viva como se fosse o último, ou melhor como sendo o primeiro, pois na verdade todos são.
ALEXANDRE CANDIDO SALAZAR - PARAPSICÓLOGO CLÍNICO
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