As marcas do carvão
A vida constantemente nos prega peças por meio das pessoas e dos eventos, que se sucedem interminavelmente, dentro deste maravilhoso processo de aperfeiçoamento, onde em um primeiro momento temos a oportunidade de aprender e na sequência a obrigação de exercitar, pois nenhuma lição é em vão, nada é desperdiçado, tudo tem uma razão de ser e precisa ser adequadamente absorvida para que a vida continue seu curso e nós possamos seguir com ela. Por mais estranho que possa parecer esse interminável ciclo de aprendizado, temos que ter em mente que somos parte inseparável da natureza, a qual se mantém em contínuo movimento e permanente transformação, delegando a todos nós essa mesma responsabilidade, que é alcançada pelos aprendizados, frutos dos erros e acertos, das observações e das escolhas que nos conduzem a novas experiências, que podem ser cada vez mais exigentes aos patamares antigos, mas adequadas às nossas novas possibilidades, tendo em vista as conquistas de cada dia, de cada relacionamento e situações que se apresentam, não como castigo, mas como oportunidade para alcançarmos a excelência humana. O exercício prático dos aprendizados que a vida nos oportuniza, não depende diretamente do que nos acontece, mas principalmente de como reagimos ao que acontece, é a nossa capacidade de transformar o que chega até nós, em algo melhor, que define o quanto estamos aprimorados, mais livres e menos condicionados aos estímulos externos. É comum reagirmos automaticamente a quase todos os estímulos que a vida nos oferece, essa reação é natural e instintiva visando a proteção e a manutenção daquilo que conhecemos, mas precisamos evoluir para uma condição mais consciente e livre de experimentação da vida em todas as suas esferas. Muitas vezes não é fácil entender o que move as pessoas, nem o que deve ser aprendido diante de inúmeras lições, que insistem em se repetir ao longo de nossa vida, as vezes somos atingidos pelas tempestades emocionais de outras pessoas, ou envolvidos por seu nevoeiro pessoal de negatividade e pessimismo, outras vezes temos nossas janelas obstruídas pela desesperança em relação ao futuro e as belezas do existir, é ai que somos colocados à prova e temos a possibilidade e a escolha de adentrar o nevoeiro, com coragem e alegria para ver ele se desfazer a nossa frente, temos a oportunidade de enfrentar a tempestade, se purificando em suas águas, na certeza de encontrar o céu límpido que reside além dela, ou ainda se levantar e limpar as janelas que escondem o horizonte e todas as belezas diferentes, mas nunca ausentes nessa extraordinária viagem do existir.
Alexandre Candido Salazar
Alexandre Candido Salazar
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