Ame como se o outro fosse você
Em meio a um mundo tão competitivo, não é de se estranhar que as pessoas agissem da mesma forma em suas relações afetivas e colocassem as possibilidades de ganho e recompensa além das próprias contribuições, dando origem a um conjunto de expectativas que se tornam invariavelmente em frustrações, pois são acordos internos, individuais e egoístas em sua maioria, onde esperam determinadas vantagens frente a algumas ações e gestos, que consideram importantes sob sua perspectiva, mas que nem sempre reflete o que o outro realmente valoriza. E mesmo que o outro valorize isso não é garantia de retorno, pelo menos não moldes do que esperamos, pois só controlamos o que temos a oferecer, nunca o que podemos receber, uma relação para se manter viva, precisa de naturalidade e espontaneidade de ambas as partes, é preciso ampliar o autoconhecimento, assim como o conhecimento a respeito do outro, é preciso saber reconhecer o que machuca e o que cura, o que entristece e o que alegra, o que deprime e o que motiva, é preciso ouvir o que não é dito, ver o que se esconde, encontrar o que se perde pouco a pouco, antes que seja tarde. Como vemos relações são construções inacabadas, jornadas intermináveis, viagens sem voltas, um processo único de entregas voluntárias e devoluções opcionais, que apesar de todas as incertezas, são as maiores realizações que podemos alcançar em nossas vidas, onde somos mestres e aprendizes, apoio e apoiado, deserto e oásis, âncora e ventania e em meio a tudo isso, precisamos nos aperfeiçoar para encontrar o equilíbrio e a harmonia através do mais sublime dos sentimentos que é o amor, a nossa expressão mais pura e desinteressada no modo de ser e de fazer as coisas ao longo de nossa existência, onde a necessidade e a realização compartilham do mesmo instante, as recompensas se tornam desnecessárias e inapropriadas, retornos são naturais e inerentes ao ato e ao desabrochar de suas consequências, seja no que diz respeito ao outro, ou no que diz respeito a quem nos tornamos a cada momento, sendo esse o mais importante e imperdível aspecto de todo esse processo evolutivo, onde mesmo sem saber de onde viemos, para onde vamos e porquê estamos aqui, no fundo temos a convicção que amar é parte inseparável de qualquer outra missão que possamos ter e sem sombra de dúvida estaremos muito mais perto de qualquer realização, se conseguirmos amar os outros como se os outros fossem nós mesmos.
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