Compaixão

Meu desejo mais profundo, é de me encaixar no dia,
me aceitar e reconhecer a vida neste mundo.

As vezes me sinto deslocado, perdido em um sentimento,
que me enche de indignação pelo que vejo e pressinto no momento.

A luz do Sol me cega, mas eu continuo enxergando a beleza da Natureza,
mas, a indiferença do ser humano pelo próximo retira da vida qualquer beleza.

Não aceito a humilhação do próximo que nada tem, pelo que julga ter alguma coisa além,
pois tudo é empréstimo divino, e nada do que aqui juntamos, ou julgamos possuir,
levaremos para o outro lado da vida, onde teremos que ir!

Não existe paz interior se o próximo geme e grita de fome e dor.

Não existe sossego no mundo, se o filho do próximo está nas ruas,
abandonado à própria sorte, sem afeto e sem amor.

Como dormir tranquilo em cama de Hotel 5 estrelas,
se o próximo, que pela lei divina, é o nosso irmão, está na rua,
grita no morro, geme na favela, chora no condomínio.

E o mundo segue numa rede social perfeita, sem domínio.

Onde as pessoas fingem ser felizes, com dentes brancos demais, mostrando ossos no corpo como sinal de beleza.

Isso tudo não me representa, me dá apenas mais tristeza.

Tristeza de ver o mundo se enfiando numa espiral sem fim,
onde o tonto segue o tolo, e o tolo perdido, finge saber o caminho.

Falsos profetas e falsos cristãos, vendedores da salvação…

Pobre mundo, ainda que eu subisse o monte e tocasse o sino mais alto,
ainda assim, muitos se fariam de surdos, outros de cegos,
pois preferem a ilusão do mundo que os corrompem.

A luz veio e partiu, deixou marcas indeléveis no mundo.

A luz veio e ainda pede compaixão, caridade e compreensão,
a Luz é, e sempre será Jesus.

Ame o próximo como a ti mesmo, tende compaixão e ama o teu Deus acima de todas as coisas. Esta é a Lei.

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Paulo Roberto Gaefke

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