Influência Infeliz


Influência infeliz
Você, que convive mais de perto com as crianças, já notou como elas, em geral, têm um coração generoso e uma grande capacidade de perdoar?
Além disso, percebem as coisas de maneira simples e descomplicada.
Mas, infelizmente, o que acontece é que, às vezes, os adultos exercem sobre elas uma influência infeliz.
Quando a criança chega chorando, por exemplo, dizendo que o amigo lhe bateu, logo os pais tomam partido, aconselhando que não brinque mais com o malvado, que fique longe dele.
Passam-se apenas alguns minutos e eis que o pirralho já está às voltas com o amiguinho brigão, dando mostras de leveza de sentimentos, de esquecimento das ofensas.
Mas para os pais isso não está certo. E não é raro que questionem o filho, perguntando-lhe como pode brincar novamente com aquela criança agressiva? Isso quando não dizem, logo no início: se ele te bateu, bata nele também!
Ao agir assim o educador passa para o seu educando a lição da mágoa, do rancor, do melindre, da violência.
Noutras vezes, passa lições de vingança sem se dar conta. É quando, por exemplo, a criança bate em algum objeto e corre para o colo da mãe chorando.
Esta imediatamente começa a xingar o objeto, dizendo que ele é o culpado, que é feio, malvado, e até chega ao cúmulo de bater no objeto como se fosse um ser vivo.
Sem dúvida uma lição de vingança. E, além disso, a criança aprende a jogar nos outros a culpa pelos próprios descuidos. Se é um objeto inanimado, não poderia ter saído do lugar para se jogar contra nosso filho, mas há pais que passam essa idéia.
Seria mais fácil e verdadeiro, além de educativo, socorrer a criança e lhe dizer que isso acontece porque, às vezes andamos meio distraídos.
Há crianças que também aprendem com os próprios pais, a lição do egoísmo. Estes lhe dão um brinquedo e não deixam de recomendar: "não deixe ninguém mexer no seu brinquedo, filho, pois poderá estragar."
Mais tarde, quando o filho esconde suas coisas dos próprios irmãos, não se sabe onde arranjou tanto egoísmo.
A mentira, não raro, também é lecionada dentro do lar. Há pais que mentem com tanta naturalidade na presença dos filhos, que nem se dão conta de que eles os observam e imitam seus exemplos.
Lições de desonestidade, por vezes, são passadas com tanta freqüência que passam a fazer parte da formação dos caracteres do educando.
É quando o pai pede ao filho que não conte isto ou aquilo para a mãe, ou vice e versa.
Quando o garçom se engana no troco e entrega dinheiro a mais, e o pai diz que não devolverá, pois o problema não é dele e sim do garçom que não presta atenção no que faz. Mas se o garçom devolve dinheiro a menos, então o pai reclama seus direitos.
Esses são apenas alguns exemplos de como podemos exercer influência negativa na formação do caráter dos nossos filhos.
Sendo assim, é preciso que prestemos muita atenção em nossas atitudes, em nossa maneira de lidar com as situações corriqueiras, pois elas são de extrema importância na educação informal das nossas crianças.
Pense nisso!
A criança é extremamente observadora.
Ela está sempre atenta aos nossos menores gestos e palavras.
Portanto, conduzirá seus passos guiados pelos nossos.
Tomará atitudes baseadas nas nossas. Terá por valores tudo o que valorizamos e por desvalores o que desvalorizamos.
Por essas e outras razões, precisamos pensar muito bem antes de agir, de forma que nossas ações sejam lúcidas e coerentes com o caráter de um verdadeiro homem de bem.
Pensemos nisso!
Equipe de Redação do Momento Espírita

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