O pedaço que nos falta


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     Desde o início de nossa jornada terrena somos movidos pela curiosidade, somos mestres na arte de viver o presente, sedentos por interagir com o mundo que nos rodeia, olhamos a tudo com atenção e nos encantamos com cada forma ou cor ao nosso alcance, apreciamos grandemente as possibilidades do toque, seguido dos sabores e dos sons, tudo para mergulhar cada vez mais fundo no universo do sentir, desfrutando cada sensação disponível, desde as mais simples, mas não menos capazes de nos provocar um sorriso inesperado, de nos incentivar a seguir satisfeitos pelos caminhos intensos do viver. Infelizmente, em um ponto dessa jornada, nos perdemos de nós mesmos e assim perdemos a habilidade de estar presente, de sentir livremente as possibilidades do viver, perdemos nossa identidade e assumimos um papel qualquer, nos vestimos de um personagem que apresentamos como sendo quem somos e com o tempo passamos a acreditar realmente nisso e nem percebemos o quanto a manutenção dessa ilusão, se torna um fardo doloroso a ser carregado, perdemos a beleza do olhar, tudo passa a não nos encantar como antes, apenas o futuro importa, ficamos inertes em uma rotina de expectativas, com os olhos presos no horizonte, aguardando que algo novo possa se revelar, trazendo de volta a alegria de outrora. Essa perda pela satisfação de viver, abre em nosso ser um vazio existencial, que sem percebermos nos faz vagar pela vida, buscando apenas encontrar algo que se encaixe e preencha novamente o pedaço que falta e assim passamos a sobreviver de desejos, alternando de um para o outro incessantemente, sem se dar conta de quanta vida foi desperdiçada em objetivos fúteis e sem sentido, que nem de longe podem atender a nossa expectativa de nos sentirmos inteiros, pois a integralidade de uma pessoa não pode ser encontrada, ela só pode ser sentida por meio de uma vida bem vivida, bem compartilhada com pessoas reais em momentos reais, onde os melhores sentimentos possam ser cultivados e compartilhados entre todos, de forma que se a jornada terminasse agora, não existisse qualquer lamentação ou sentimento de arrependimento, mas pelo contrário apenas um enorme sentimento de gratidão por tudo que foi sentido, compartilhado e recebido.

ALEXANDRE CANDIDO SALAZAR - MENTE POSITIVA

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